quinta-feira, 4 de julho de 2013

UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA MÚSICA BAIANA


A MÚSICA BAIANA

Berço da música nacional, a Bahia exala melodia em cada esquina; no rebolado da morena que samba no seu leve caminhar; no passo bambo do mulato; no traço marcado do turista; na boemia de suas ruas e vielas; nas apresentações que reúnem do samba de raiz ao axé; do forró ao reggae; da MPB ao afoxé; da Bossa Nova ao Carnaval. A Terra do sincretismo religioso é, também, a terra do caldeirão musical. Não é à toa que por aqui, não se nasce; se estreia. E foi com essa marca que vários artistas, ritmos e estilos começaram a trilhar a história da música verde-e-amarela e de todas as cores, de todos os tons, pra todos os gostos… Para todos.




HISTÓRICO

A história musical baiana começa com a vinda do primeiro bispo nomeado para a Bahia pela Coroa Portuguesa, D. Pero Fernandes Sardinha que aqui chegou em 1 de janeiro de 1552 trazendo consigo um musico, Mestre de Capela, para ensinar música aos alunos do Colégio dos Jesuítas. Mais adiante o irmão do poeta Gregório de Matos, Eusébio de Matos, também conhecido como Frei Eusébio da Soledade, nascido na Bahia em 1629, um exímio tocador de harpa e viola, compondo hinos religiosos e cantos profanos tornou-se o responsável pela formulação das primeiras regras de ensino de música na Bahia.

O tempo passa e no início do século XIX através de uma carta régia expedida por D. João VI é criada na “cidade da Bahia” em 30 de março de 1818 uma cadeira de música, nomeando José Joaquim de Souza Negrão como seu primeiro instrutor e diretor.

A Bahia era incansável na produção de talentos e temos nessa primeira fase o dançarino e compositor Antonio Lopes do Amorim Dinis, mais conhecido por Duque, popularizador da dança do Maxixe na Europa, principalmente em Paris, o cantor Arthur Budd Castro de grande popularidade em todo o país e o violonista e compositor Josué de Barros, que junto com Arthur Budd gravaram na Alemanha em Berlim na gravadora Bekka, cerca de 140 discos de música brasileira, tornando-se provavelmente os primeiros artistas brasileiros a gravarem e fazerem sucesso além de nossas fronteiras.

Corre o tempo..., e chegamos nos anos trinta quando surge Assis Valente, baiano da melhor qualidade dando a todos Boas Festas, vestindo uma Camisa Listrada, para logo em seguida um seu conterrâneo, Humberto Porto fazer todos dançarem ao som da Jardineira em 1939, juntamente com outro talento da Bahia, o jovem Dorival Caymmi mostrar ao Brasil inteiro O que é que a baiana tem.

Mas se no Rio de Janeiro nossos artistas ganham fama nacional, a cidade do Salvador na década de 40 assiste o surgimento da primeira geração de sambistas baianos como Batatinha, Panela e Riachão, é o tempo dos programas de auditório da Rádio Sociedade, a Bahia esta em festa. Senhores ouvintes, sintonizem seus receptores, pois está no ar o programa Parada de Calouros Eucalol!

Os talentos se sucedem numa quantidade e qualidade de dar inveja a qualquer um. No início dos anos 50 um pau elétrico, uma fobica e uma dupla do barulho muda a história do carnaval. O Trio Elétrico de Dodô e Osmar esta nas ruas da cidade! Da pequena Cairu no recôncavo baiano o Brasil vê surgir o violão de Clodoaldo Brito, o Codó e sua Yayá da Bahia, Aristeu Queiroz sai de Jacobina e vai cantar no sul maravilha o seu Jangadeiro de Itapoã, Aldemar Brandão encanta a todos com suas canções que falam de nossas festas e tradições e todos cantam A lavagem do Bonfim, Anísio Silva com seu romantismo enamorado conquista corações, Alguém me Disse, Waldeck Arthur de Macedo, nosso Gordurinha diz a todo mundo que Baiano Burro Nasce Morto e Armando Sá e Miguel Brito fazem furor nos bailes de carnaval com uma Colombina que vem a ser a nossa eterna musa nas festas de Momo. Enquanto isso de Juazeiro um rapaz chamado João Gilberto, muda a história da música popular brasileira, com sua batida no violão, dando boas vindas a Bossa Nova e a moderna M.P.B. Bim Bom!

Se tudo isso não bastasse chegamos ao ano de 1960 e a Bahia resolve registrar a música produzida em seu solo, é um momento glorioso, surge a gravadora JS iniciais de seu idealizador, Jorge Santos, que registra em seu primeiro disco um grupo de jovens cantoras da cidade de Ibirataia, intituladas de As Três Baianas, que seriam no futuro o Quarteto em Cy.

O Brasil ouve e vive a Bossa Nova com João Gilberto e a Bahia ainda faz surgir para o resto do país o Governador do Teclado, Carlos Lacerda e o público aplaude e delira as composições e os dedos mágicos de nosso herói. Ah! linda Giboeirinha! Os festivais de música carnavalesca tomam impulso e abraçam com aconchego a chegada de Um Rio de Lágrimas do jovem Ederaldo Gentil e sua intérprete Raquel Mendes, que juntamente com outros talentos locais fazem a história da música da baiana não parar de crescer. Que saudade do Trio Xangô, Trio Piatã, Os Imperiais, Inema Trio e do Quarteto Sanauá! Quer mais, pois, Quem Samba Fica na lembrança do querido Tião Motorista.

No ano de 1967 é tempo de Alegria Alegria para ir a um passeio Domingo no Parque, salve a Tropicália, viva Caetano Veloso, Gilberto Gil e a Baby Gal Costa, sejam bem vindos também Piti e João Augusto que já fazem desde logo sua Despedida, Fernando Lona com sua Porta Estandarte, o jovem Tom Zé indo para São São Paulo e a voz forte feito um Carcará da musa Maria Bethânia. O Brasil mudou, a música popular brasileira também e a nossa geração de ouro contribuiu decisivamente para essa mudança. E é aqui que ficamos. A tropicália representa um movimento de renovação artística e não pode passar despercebida!!!!

Referência:

A TROPICÁLIA DE GIL, CAETANO, BABY CONSUELO E GAL COSTA



Tropicalismo ou Movimento tropicalista era um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. Em confronto com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação. Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na versatilidade que a música brasileira oferece. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Gilberto Gil,Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".





Tropicália
"Quando Pero Vaz Caminha
Descobriu que as terras brasileiras
Eram férteis e verdejantes,
Escreveu uma carta ao rei:
Tudo que nela se planta,
Tudo cresce e floresce.
E o Gauss da época gravou".
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento
É de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde
Atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga
Estreita e torta
E no joelho uma criança
Sorridente, feia e morta
Estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém...
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo
Do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da



Referências: 

PRINCIPAIS EXPOENTES DO TROPICALISMO


·          
    CAETANO VELOSO
Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 60 e já foi chamado de "aedo pós-moderno". Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinqüenta discos disponíveis e canções em trilhas sonoras de filmes como Hable con Ella de Pedro Almodovar e Frida de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polêmicas e com maior força de opinião nacional. É uma das figuras mais importantes da MPB, considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley e John Lennon Paul McCartney.


·          
     GILBERTO GIL

Gilberto Gil é uma das maiores personalidades da música brasileira, reconhecido mundialmente. Sua carreira internacional já lhe rendeu um Grammy na categoria Melhor Disco de World Music em 1998 e um Grammy Latino em 2003.

Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador e passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde começou a se interessar pela música ouvindo Orlando Silva e Luiz Gonzaga.



·        BABY CONSUELO
Baby do Brasil iniciou sua carreira como cantora do grupo Novos Baianos. Oriunda de uma família de classe média alta, foi criada nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Começou a cantar e tocar violão ainda na infância, chegando inclusive a vencer um festival de música em Niterói aos 14 anos, no qual interpretou uma música do renomado maestro Eduardo Lages.
Em 1969, fugiu de casa para Salvador, Bahia, onde conheceu os músicos Moraes Moreira, Galvão e Paulinho Boca de Cantor, assim como o guitarrista e futuro marido Pepeu Gomes. Estava formado o grupo Os Novos Baianos, que, no ano seguinte, lança seu primeiro disco, É Ferro na Boneca, pela gravadora RGE Fermata. O trabalho coloca a banda na mídia nacional. 

CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO
Mistura de vários estilos: rock, bossa nova, baião, samba, bolero...
Letras com tom poético, que abordavam temas cotidianos e camuflavam críticas sociais (mas sem oposição política explícita). Uso constante de guitarras elétricas. Mistura de tradições da cultura nacional e inovações estéticas internacionais, como a pop art.
Luta contra barreiras comportamentais, defendendo, por exemplo, o sexo livre.


                         A GUITARRA ELÉTRICA
A guitarra elétrica (AO 1945: eléctrica) (também chamada apenas de guitarra) é um instrumento musical pertencente à família das guitarras, cujo som é sempre amplificado eletronicamente. É um Instrumento de cordas (ou cordofone), ou seja, o som é produzido manualmente pela vibração das cordas como no violão, porém é transformado em sinal elétrico devido a ação de captadores magnéticos (na maioria dos modelos).
Os sinais elétricos podem ser simplesmente amplificados e emitidos por um alto-falante que converte os sinais elétricos em ondas sonoras, ou pode ser modificado antes de ser novamente convertido em som pelo alto-falante.
Por sua potência sonora e pela possibilidade de alteração eletrônica de diversas características de seu timbre, as guitarras elétricas são utilizadas principalmente no rock, música pop, blues e jazz, podendo ser encontradas ainda em outros gêneros musicais.



CONHECENDO SUAS RAÍZES: POP, ESTILO MUSICAL, ESTILO DE VIDA

A música pop é geralmente entendida como a música gravada para fins comerciais, muitas vezes direcionadas a uma audiência juvenil e que em sua maioria consiste de canções relativamente curtas e simples com o uso de inovações tecnológicas para produzir novas formas de composição em temas atuais.

O termo "canção de pop" tem registro de uso do ano de 1926, no sentido de uma obra musical "com um apelo popular". Hatch e Millward indicam que muitos eventos na história da música nos anos de 1920 podem ser vistos como o nascimento da moderna indústria de música pop, incluindo no country, no blues e na old-time music.

Grupos como The Beatles, Rolling Stones e ABBA tinham como característica da música pop a de concertos a amplas audiências com suas canções contrapostas à clássica. De acordo com o Grove Music Online, o termo "música pop" "foi criado no Reino Unido em meados dos anos de 1950 como uma descrição para o rock and roll e os novos estilos musicais juvenis. O The Oxford Dictionary of Music afirma que ao passo que a pop "tinha um significado inicial de concertos recorrentes a uma ampla audiência, desde o final daquela década, entretanto, o gênero tinha uma conotação especial de música não-clássica, geralmente na forma de canções, interpretadas por artistas como The Beatles, Rolling Stones, ABBA, etc. A fonte também declara que no início dos anos de 1960, o termo 'música pop' competiu de forma terminológica com a beat na Inglaterra, enquanto que nos Estados Unidos sua cobertura sobrepôs-se com a do rock and roll". O Chamber's Dictionary menciona o uso contemporâneo da expressão "pop art", da mesma forma que o Grove Music Online declara que "a música pop parece ter sido uma continuação dos termos da pop art e da cultura pop,

CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS DA MÚSICA POP
Musicologistas geralmente identificam as características seguintes como normais ao gênero de música pop:
  • Um objetivo de atração a um público geral ao invés de a uma subcultura específica ou uma ideologia;
  • Uma ênfase no artesanato em vez das qualidades "artísticas" padronizadas;
  • Uma ênfase na gravação, na produção e na tecnologia em vez de apresentações ao vivo;
  • Uma tendência de refletir tendências atuais a desenvolvimentos contínuos;
  • Muito da música pop é feito em função de dançar ou usa batidas e ritmos destinados à dança.
O ponto principal da música pop é a canção, normalmente entre dois ou três minutos e meio de duração e marcada por um elemento rítmico consistente e perceptível, por um estilo dominante e por uma estrutura tradicional simples. Variantes comuns incluem a forma verso-e-refrão e a de versos curtos, que focam nas melodias e batidas cativantes, com um refrão que se contrasta melódica, rítmica e harmonicamente em relação ao verso. A produção e as melodias tendem a ser simples, com um acompanhamento harmônico limitado. As letras das canções de pop modernas tipicamente focalizam-se em assuntos comuns — comumente o amor e relacionamentos afetivos —, embora haja exceções notáveis.

A harmonia na música pop geralmente é "como a da tonalidade europeia clássica, só um pouco mais simples". Clichês incluem a harmonia a capela (isto é, o movimento de uma harmonia secundária a uma dominante e consequentemente a uma tônica) e à escala pentatônica influenciada pelo blues. "A inserção de paradigmas de círculos de quintas decaiu desde meados dos anos de 1950. As linguagens harmônicas do rock e do soul distanciaram-se da influência abrangente da função dominante. (...) Há outras tendências (talvez ainda identificáveis pelo uso do violão como um instrumento de composição) — harmonias de ponto pedal, movimento firme por construção diatônica, organização harmônica de modo e melódica — que fogem da tonalidade prática e chegam a um sentido de tom menos direto, mas sim de mais livre flutuação."

Referências: 



CARNAVAL: A MAIOR MANIFESTAÇÃO POPULAR



A origem do carnaval baiano é a mesma de todos os carnavais comemorados nas áreas urbanas brasileiras no início do século XX.  Como: blocos, cordões e sociedades carnavalescas eram espalhados em todo o estado. As manifestações mais populares eram concentradas na Baixa do Sapateiro, onde a grande diversão era fazer brincadeiras muito próximas as do entrudo. Mas, é na década de 50 que o carnaval baiano começa a tomar a forma que conhecemos hoje - com foliões se divertindo atrás de carros de som, que posteriormente, seriam batizados de trios elétricos.



O termo trio elétrico é o nome pelo qual é chamado o caminhão adaptado com aparelhos de sonorização com estrutura para shows de aproximadamente sete horas. O carro que deu origem ao que chamamos de trio elétrico hoje foi criado pelos amigos Adolfo Antônio do Nascimento (Dodô) e Osmar Alvares Macedo (Osmar), no ano de 1950. Osmar, que era proprietário de uma oficina mecânica, decidiu decorar um Ford 1929 com vários círculos coloridos, como se fossem confetes e colou uma placa com os dizeres "Dupla elétrica". Dodô montou uma fonte que foi ligada à corrente de uma bateria de automóvel, que alimentava o funcionamento dos alto-falantes instalados no carro. A dupla saiu no domingo de carnaval pelas ruas de Salvador e arrastou milhares de folião. A partir de então, novos trios elétricos surgiram no carnaval de Salvador.



 Na década de 60, a Prefeitura de Salvador começou a promover concursos de trios elétricos, assim, os desfiles dos trios se tornava tradição na Bahia. Isso permitiu que no decorrer dos anos, os carros fossem aperfeiçoados e já na década de 80 existiam trios com palcos giratórios e elevadores automáticos.
No início da década de 1990, o carnaval de Salvador passa a ser profissionalmente comercializado e atrai dezenas de patrocinadores. A partir de então, novos ritmos passaram a fazer parte da festa, como o pagode e a música afro, um dos ritmos mais tocados no carnaval é o axé. Para organizar o público de cada bloco carnavalesco foram criados os abadás, camisas identificadas com os nomes e cores de cada bloco, que dão direito aos foliões brincar dentro das cordas.

Aqueles que não possuem abadas, também lhes são dado direito de brincar o carnaval. Batizados, assim, de pipoca, esse público curte o carnaval do lado de fora dos trios e pode acompanhar o artista de sua preferência ao longo do circuito. Assim, é o carnaval baiano.


AXÉ




O Axé é um gênero musical surgido no estado da Bahia na década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador, misturando frevo pernambucano, ritmos afro-brasileiros, reggae, merengue, forró, maracatu e outros ritmos afro-latinos. No entanto, o termo Axé é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é Axé, pois lá há o Samba-reggae, representado principalmente pelo Bloco Afro Olodum, o Samba de Roda, o Ijexá - tocado com variações diversas por bandas percussivas de blocos afros como Filhos de Ghandi, Ilê Aiyê e Muzenza, entre outros - o Pagode produzidos por algumas bandas e até uma variação de frevo.

A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra em inglês music pelo jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.

Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as Micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo como maiores nomes Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte entre outros.